Primeira atividade do Julho das Pretas no Terreiro Cajado de Prata

Com o tema “Ancestralidade que Move: O Axé como Força de Reparação e Construção do Bem Viver ” é dada a largada ao mês das mulheres pretas.

O mês de julho, para muitos, é sinônimo de férias e diversão, mas este mês também é marcado pela resignificação da data internacional (25), que celebra o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana, Afro-Caribenha e da Diáspora.

Lembrar dessa data reconfigurou as agendas de inúmeras organizações e instituições e, de alguns anos para cá, institutos como o Ayabás retomam a data e a estendem para um mês inteiro de reflexões e ativismo.
Com o tema “Ancestralidade que Move: O Axé como Força de Reparação e Construção do Bem Viver”, o Ayabás iniciou as atividades do Julho das Pretas no Terreiro Cajado de Prata, onde reuniu representantes de religiões de matriz africana e comunidade.

Maria, designer de moda e candomblecista, conta que foi muito significativo trazer para o terreiro as discussões que atravessam a existência das mulheres pretas do Piauí: “Foi um momento muito importante ouvir o que a Carmem, a Halda e, claro, minha mãe Edarlane falaram. Ela compartilhou um pouco da sua história, e foi muito emocionante — um lembrete de que o axé que a gente carrega é força e caminho”, conclui.

O Odara foi a organização que deu o pontapé inicial (em 2013) para que o Julho das Pretas se lançasse como um mês inteiro de mobilizações e atividades. Hoje, no Piauí, o Julho consegue acontecer em escolas, terreiros e universidades em todo o estado.

Leninha, mãe, educadora e microempresária, conta como foi crucial a articulação de um mês de atividades pensadas para mulheres pretas — da infância à terceira idade: “O Julho das Pretas hoje é aguardado em todo o Piauí. Aqui em Teresina, a última semana do mês é muito esperada por conta da Feira Preta”, relata.

O Julho das Pretas é organizado pela Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), pela Rede de Mulheres Negras do Nordeste e pela Rede Fulanas – Negras da Amazônia Brasileira, e se destaca como uma das maiores mobilizações políticas de mulheres negras da América Latina.

A junção dessas redes está constituindo a 13ª edição do Julho das Pretas – Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver, que vai levar 1 milhão de mulheres negras a Brasília, no dia 25 de novembro, para a Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver: a Marcha Global das Mulheres Negras.

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