Julho das Pretas 2025 celebra a força ancestral das Mulheres de Terreiro e suas lutas por reparação

Começou neste fim de semana a 13ª edição do Julho das Pretas no Piauí, uma agenda coletiva nacional que celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Afro-Latina Americana e Caribenha e reforça o protagonismo das mulheres negras na sociedade. Criada em 2013 pelo Instituto Odara, o movimento surgiu na Bahia com o objetivo de dar visibilidade às pautas das mulheres negras e, desde então, se espalhou por todo o país.

Yalorixá Edarlane de Ayrá – Dirigente espiritual do Terreiro Cajado de Prata. Foto: Maria Damascendo.

No Piauí, as atividades se estendem por todo o mês, com rodas de conversa, mobilizações e encontros que valorizam a ancestralidade e a resistência. A abertura foi marcada pelo tema “Axé como Força de Reparação e Construção do Bem Viver”, reunindo mulheres de terreiro para discutir a espiritualidade como ferramenta de cura, resistência e reconstrução comunitária.

A Ayabás Halda Regina destacou a importância de iniciar a jornada em um espaço de axé: “Abrimos o Julho das Pretas em um terreiro para reconhecer o papel das mulheres negras na resistência ancestral e na preservação da cultura religiosa. Os terreiros, conduzidos por mulheres, sempre foram refúgios de proteção e resistência frente às violências históricas”, afirmou.

Foto: Maria Damasceno.

Entre os destaques da programação está a Feira Preta Piauí, um dos maiores eventos de afroempreendedorismo do estado, que passou a integrar o calendário oficial de eventos turísticos e, a cada edição, reúne um grande público.

O Julho das Pretas reforça a importância de manter viva a memória, a luta e as conquistas das mulheres negras, reafirmando o compromisso coletivo com a construção de uma sociedade mais justa e equânime.

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